Valor do que se tem

Muitas vezes não sabemos o valor do que possuímos. Esta é uma abordagem tocante que nos levará a olhar com outros olhos tudo o que temos. Há tantos valores escondidos nos campos de nossa vida que muitas vezes nem percebemos. É comum, ao não enxergarmos tais valores, abrirmos nossas bocas e reclamarmos que somos os mais miseráveis dos homens. Um novo discernimento nascerá em você a partir do momento em que você ler este artigo. 

O dono de um pequeno comércio, proprietário de um pequeno sítio e amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua e lhe disse:
- “Senhor Bilac. Estou querendo vender o meu sítio que o senhor bem conhece. Será que o senhor poderia redigir um anúncio para o jornal?” Olavo Bilac prontamente pegou um pedaço de papel e caneta, começando logo a escrever:
“Vende-se uma encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer; no extenso arvoredo cortado por cristalinas e marejantes águas de um lindo ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranqüila de longas tardes na varanda.”

Meses depois o poeta topa com o amigo na rua e lhe pergunta se havia vendido o sítio.
- “Nem pensei mais nisto”, disse o homem.
- “Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha e resolvi mantê-la”.
Às vezes não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe atrás da miragem de falsos tesouros.

Valorize o que você tem
Sua preciosa família; os amigos que estão perto de você; o emprego que Deus lhe deu; a igreja que você congrega; o conhecimento que adquiriu ou o sorriso das crianças...
...Celebre a alegria da vida e viva!

Disse Jesus: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.” João 10.10

Se esta mensagem tocou o seu coração, por favor, envie a alguém de sua intimidade que precisa desse conselho. Talvez neste momento ela esteja lançando fora...

...TESOUROS INESTIMÁVEIS, QUE PODEM SE PERDER PARA SEMPRE!
Baseados neste forte exemplo nós faremos uma comparação com a história do cego de Jericó. Para nós (os que cremos) não é estória, mas história mesmo, com H e tudo. Usaremos o relato que está grafado na Bíblia, no livro de Marcos 10. 46-52: “Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto do caminho, mendigando. E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar, e a dizer: Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim. E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi! tem misericórdia de mim. E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se, e foi ter com Jesus. E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista. E Jesus lhe disse: Vai a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.”

O que podemos aprender com isto? Alguma coisa nos falta. Sim, todos podem testemunhar sobre isso, inclusive nós. Há pessoas que gastam suas vidas lamentando o que lhes falta, mas esquecem de utilizar o que lhes sobra para conseguir o que lhes falta.

O cego de Jericó, cujo nome era Bartimeu pode nos dar hoje uma grande lição de como utilizar o que nos sobra. Ele era cego de nascença e segundo o texto Sagrado nunca vira a luz.

Quando uma mulher gera uma criança e chega o momento doloroso do parto, a este ato grandioso da mulher chamamos “dar a luz”. A mãe de Bartimeu trouxe aquela criança para a luz, mas ele nunca vira a luz. Já homem feito, preso a essa deficiência assentava à beira do caminho e mendigava.
Durante anos e anos aquela dura rotina de dependência e escuridão o massacrava. Do texto acima sobressai algo que à primeira vista não conseguimos perceber. Bartimeu utiliza o que lhe sobra para buscar e conseguir o que lhe falta.

O que sobrava em Bartimeu?

Sobrava audição: Toda pessoa com deficiência auditiva tem aguçados outros sentidos do seu corpo, principalmente a audição. O próprio organismo se encarrega de compensar as necessidades de comunicação do corpo. Transfere para outros sentidos que funcionam e por isso são aguçados. O ouvido do cego é mais sensível e meticuloso do que os da pessoa que enxergam. Bartimeu ouviu o tropel da multidão e identificou cada comentário separadamente. Com isto ouviu a pronúncia do nome Jesus: “E, ouvindo que era Jesus de Nazaré...” Ele já havia ouvido as notícias pela boca do povo sobre o Nazareno e do seu poder sobre as enfermidades. Ele ouvia muito bem.

Sobrava voz: E como sobrava! Após ouvir que a pessoa que podia curá-lo estava passando diante dele, utilizou outro atributo que lhe sobrava. Elevou a sua potente voz acima da multidão barulhenta e: “... começou a clamar, e a dizer: Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim.” Mas mesmo ele encontrou barreiras para conseguir o que queria: “E muitos o repreendiam, para que se calasse...”
- E agora? Continuar cego pelo resto de minha vida, por que me impedem de chegar a Jesus?
- Não! Não posso desistir agora que estou próximo de chegar a Ele.

“... mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi! tem misericórdia de mim.” Jesus ouviu aquele poderoso clamor e o mandou chamar. 

Alguns que o impediam agora o chamam para ir a Jesus. Alegria total! Chegou a hora de completar o que lhe faltava! Veja adiante outras coisas que sobravam em Bartimeu.

Sobrava força nos braços: “E ele, lançando de si a sua capa...” Ao ser chamado por alguns homens, atirou para longe a pesada capa que o identificava junto à comunidade como cego. Essa capa era seu “alvará” do governo para que esmolasse nas ruas. Nunca mais precisaria dela. Foi seu maior ato de fé. Seus braços eram fortes e fez um belo arremesso. A identidade de cego fora arrancada de suas costas. Mas ainda tinha algo que sobrava em Bartimeu.

Sobrava força nas pernas: “... levantou-se, e foi ter com Jesus.” Em outras versões sobre o assunto, dizem que ele ficou em pé de um salto. Suas pernas eram fortes o suficiente para ficar em pé, andar, saltar. Com isto, aproximou de Jesus. Mas tinha mais algo que sobrava em Bartimeu.

Sobrava capacidade de decisão: Muitos ficam se lamentando por qualquer situação e nunca tomam uma decisão. É importante notar algo um tanto estranho na pergunta de Jesus ao cego. E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? Ora, Ele, Jesus, estava diante de um cego. Facilmente identificado como tal, bastando olhar seus olhos esbranquiçados. Mas talvez ele não quisesse enxergar e precisava de outro milagre. Cristo apela para o poder de decisão de Bartimeu: O que é que realmente você deseja? Ele afirma sua necessidade de ver pela primeira vez. E Cristo lhe concede a cura e a primeira pessoa que Bartimeu enxerga na vida, não foi sua mãe, pai, amigos, mas o seu bom Salvador e Senhor. E agora com todo o seu corpo saudável: “... seguiu a Jesus pelo caminho.” Que privilégio!

Valorize o que você tem!



Autor: Pr. Epaminondas M. Pinho